O
assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completa
um ano nesta quinta-feira (14). Um
deles seria o autor dos disparos de arma de fogo e o outro, o condutor do
veículo.
Márcia
Foletto/Agência O Globo
Uma
operação conjunta do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro
prendeu na madrugada desta terça-feira (12) dois suspeitos de matar a vereadora
Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em 14 de março de 2018. Ronie
Lessa é policial militar reformado e Elcio Vieira de Queiroz foi expulso da
Polícia Militar.
Segundo
o Ministério Público, os dois foram denunciados depois de análises de diversas
provas. Lessa teria sido o autor dos disparos de arma de fogo e Elcio, o
condutor do veículo usado na execução. De acordo com a promotoria, "a
empreitada criminosa foi meticulosamente planejada durante os três meses que
antecederam o atentado".
Além
dos mandados de prisão, a chamada Operação Lume cumpre mandados de busca e
apreensão em 34 endereços ligados aos dois acusados, para apreender documentos,
telefones celulares, computadores, armas e acessórios.
Na
denúncia apresentada à Justiça, o MP também pediu a suspensão da remuneração e
do porte de arma de fogo de Lessa, a indenização por danos morais aos
familiares das vítimas e a fixação de pensão em favor do filho menor de
Anderson até completar 24 anos de idade.
A
Folha apurou que os dois também foram denunciados por tentativa de homicídio da
assessora de Marielle que sobreviveu ao atentado. Segundo a denúncia, Marielle
teria sido morta em razão de sua militância em favor dos direitos humanos. A
operação desta manhã foi a primeira com a participação do Ministério Público do
Rio, por meio do Gaeco, que é o grupo de combate ao crime organizado. Essa
unidade investiga crimes principalmente relacionados às milícias no Rio.
Segundo
o MP, o nome da operação é uma referência a uma praça no Centro do Rio,
conhecida como Buraco do Lume, onde Marielle desenvolvia um projeto chamado
Lume Feminista. No local, ela também costumava se reunir com outros defensores
dos direitos humanos e integrantes do seu partido, o PSOL. “Além de significar
qualquer tipo de luz ou claridade, a palavra lume compõe a expressão 'trazer a
lume', que significa trazer ao conhecimento público, vir à luz”, informa a
nota.
A
Folha apurou que os presos foram levados para a Delegacia de Homicídios, que
lidera as investigações. Está prevista para as 11h uma coletiva com as
autoridades do caso.
Lessa
foi preso em sua casa, no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca,
zona oeste. O local é o mesmo em que o presidente Jair Bolsonaro tem casa. Os
trechos da denúncia divulgados até o momento não mencionam o nome do
presidente.
De
acordo com o jornal O Globo, Lessa entrou na lista de suspeitos após ser vítima
de uma emboscada, em 28 de abril, trinta dias depois do assassinato da
vereadora. A suspeita seria que pessoas envolvidas no crime teriam tentado
promover uma queima de arquivo.
Os
investigadores também teriam identificado que o policial reformado teria feito
pesquisas sobre a rotina de Marielle e sobre eventos que participaria semanas
antes do crime.
Por
Agência Brasil / FolhaPress,
Fonte: DN
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